Filé

A receita original indica uma peça inteira de filé mignon, molho inglês e cebola dourada na batata sautê. O que eu tinha em casa era filé cortado em bifinhos, shoyo e meu convidado não come cebola. Mas eu já estou crescidinho, pensei, posso arriscar, fazer um pouco diferente, sair da rotina confortável de seguir à risca receitas que nem sempre dão certo no final.

Peguei o tempero pronto, ignorando a necessidade de usar alhos espremidos como mandava, e sujei bem os bifinhos. Deixei lá por uns 20 minutos. Depois bastante mostarda... A carne fica amarela mesmo. Faça você mesmo suas experimentações: besunte quanto shoyo quiser e leve ao forno coberto com papel alumínio por 1h.

Enquanto isso, arroz branco na panela e tome a descascar batatas pensando na vida. Nem usei música porque eram tantas reflexões... Nem bebi e já não fumo há 3 ou 8 dias, por aí. Tô mudado hein?

As batatas, cozinhe na água e sal. E retira o papel alumínio da travessa para o molho secar um pouco, não completamente, doura esses bifinhos! E coloca mais tempero de alho na frigideira grande com 2 colheres de sopa de manteiga, refoga. Coloca as batatas ali e depois salpica salsa picadinha. Serve tudo assim, como está na foto!

Essa foi a minha mais nova investida. Para um cara que, até há pouco tempo, nunca havia se aventurado na cozinha (a não ser lavando pratos) é a maior ousadia mudar assim receitas prontas. Mas pra quê seguí-las sempre? Vamos tentar algo diferente. Vamos pedir em namoro no segundo encontro. Vamos viajar juntos no primeiro mês. Vamos acordar cedo pra variar. E vamos assim, experimentando novidades e descobrindo como são saborosas. É a vida né, gente. É gostosa demais...

Receita Belga: Carbonnade de Carne

Quando quiser surpreender a visita com um prato internacional, chique, refinado, gastronômico e astronômico, não faça carbonnade de carne!!!
Porque é prato pra comer só com a boca e o nariz - os olhos ficam de fora. Mas, quem é que nunca deu chance a um feio?
Sua história remete aos tempos de dificuldade financeira por que passaram os belgas durante a 1ª ou 2ª Guerra Mundial. Devido à falta de dinheiro, eles criaram esse ensopado com os ingredientes mais baratos que havia na época: pão preto, cerveja escura e carne de segunda, terceira ou quarta. Mas não julgue o livro pela capa, pois fica realmente saboroso!
Essa delícia leva 350 ml de cerveja escura e 600 gr de acém, que deve ser temperado com pimenta do reino e sal para cozinhar na panela de pressão com 4 ou 5 fatias de pão preto sem casca por pelo menos 45 minutos. Ninguém gosta de carne dura, né? Muito menos a visita. Para deixar o ensopado mais picante, antes de botar na panela, passe nas fatias de pão um pouco de mostarda forte.
E já que o prato leva cerveja, nada melhor do que tomar umas enquanto mete a mão na massa e bate papo com os amigos, em volta da panela, sentindo os aromas que perfumam a cozinha.
Enquanto a carne borbulha na cerveja, doure uma cebola grande na manteiga. Com fio dental sem sabor ou linha de costura, amarre um ramo de salsinha e outro de aipo. As ervas e a cebola entram quando a carne estiver cozida. Para dar um sabor mais especial, coloque também 2 colheres de sopa de vinagre de vinho tinto e meia colher de chá de tomilho. Deixe cozinhar por mais 15 min, chame os amigos e ATAQUEM (como faziam nas guerras).
O ensopado pode ser servido com arroz e purê de batatas, temperado com alho, sal e curry, ou cenouras e batatas cozidas.

PS: a foto desta postagem, obviamente, não é do nosso cozido... Foi retirada de um site porque, como dissemos, a nossa receita ficou tipo a Ângela Bismarchi. Gostosa, mas feia que dói!

André e Cyntia

Receita de rabo

Aos amantes de receitas exóticas ...

Que molho você prefere?

Dois momentos que eu adoro:

1) Quando ela fala de mim no 0:06

2) "Você não servir aquele rabo despedaçado..." 0:24

Brasil sabor

Foi muito ruim passar mais de um mês sem cozinhar, sem viver a experiência dos vinhos e das carnes e, principalmente, sem dividir isso com vocês.
Nós aqui do blog nos enrolamos com estudos e provas mais do que espaguete sem corte no garfo de criança, mas já pensamos em voltar. Nesse meio tempo, comemos na casa dos outros, aprendemos um receita belga muito interessante, experimentamos crepes e rãs. Aliás, ver a rã no prato é fascinante pra um amante dos trocadilhos como eu. Tudo será moído com as mãos e espalhado aqui no blog em muito breve.
Por ora, gostaria apenas de dizer que vou continuar comendo, talvez mais do que antes.
Rodarei Brasília atrás dos bares e restaurantes que estão participando do festival gastronômico Brasil Sabor. Tá rolando de 28 de abril a 29 de maio e repleto de delícias. Hoje é dia das mães, e vocês devem estar se fartando daquela comida caseira maravilhosa- os mais educados tiraram a véia da cozinha e levaram-na pra comer fora- minha mãe não mora no mesmo estado que eu, então vou me dar ao desfrute de almoçar no Bar Brasília, só eu, Macarrão com Pelota, a foto no folheto tá incrível, depois conto pra vocês o que meu paladar achou.
Não sumam. Informações sobre o festival aqui. Beijos e abraços.

André

Matar a fome

A gente come primeiro com os olhos. Quando o prato não fica bonito, eu nem me empolgo de fotografar.
E esse frango com limão é tão fácil de fazer que eu fiz sem vontade. Fiz pra um amigo almoçar, matar a fome. Cozinhei por obrigação, para o outro e não para mim.
Quando você tiver pressa em servir o almoço, misture 1 limão, 1 colher de amaciante de carnes, 1 colher de mostarda, sal e pimenta a gosto. Mergulhe 1 peito de frango cortado em bifes e reserve na geladeira por 20-30 minutos. Depois desse tempo, frite os filés de frango na manteiga até dourarem. Simples, né?
É... Até demais pra mim. Mas sirva-se. Serve-se pelo menos para mostrar que não tem a menor graça mexer com carnes e temperos, frutas e sucos, saladas e arroz se o único objetivo for alimentar outro alguém. Bom é, antes de tudo, alimentar você mesmo. Pratos assim sem graça não empolgam para fotografar. Não satisfaz comer só com os olhos.
Na próxima, vou fazer algo mais complicado para matar a fome de cozinhar!

Torta de carne com banana

Para o prato de hoje, convide alguns amigos para beber vinho e degustar queijos finos. Abra uma safra da uva de sua preferência. Sugiro uma Cabernet Sauvignon do argentino Finca Fichman.

Em se tratando de vinho, tudo me agrada: a escolha na adega, o uso do saca rolhas, o derrame na taça, a análise da cor e do aroma e as inúmeras e indescritíveis sensações do líquido passeando nas papilas gustativas.

Siga entornando o vinho aos poucos- na taça e na língua- enquanto prepara a massa, que leva 3 xícaras de farinha de trigo, 150g de manteiga e 12 colheres de água. É só amassar tudo com as mãos.

Em seguida, prove dos variados queijos que estão sendo servidos de entrada. Misture-os na boca com o vinho, enquanto prepara o recheio da torta.

Com a taça na mão, doure 1 cebola picada, frite 300g de carne moída, adicione 1 colher de chá de curry e sal a gosto.

Para deixar a torta mais saborosa, misture muitas risadas na cozinha depois que o vinho já tiver subido um pouquinho para a cabeça e aproveite para molhar, no leite, 6 fatias de pão de fôrma sem casca. Acrescente-as à carne moída com meia xícara de uvas passas. Forre uma forma de vidro com a massa, coloque um pouco de recheio e 1 banana em fatias por cima. Adicione o restante da carne, outra banana e mais uvas.

Por último, uma pequena parte da massa, previamente reservada, você estica na bancada, pressiona com rolo de massa e corta em finas tiras para finalizar a decoração da torta. Se não tiver rolo de massa, use a garrafa de vinho mesmo. A uma hora dessas, ela já estará vazia mesmo. E vocês, bêbados...

A torta assa por 30 ou 40 minutos. Nesse tempo você arruma o quarto com muitas almofadas para assistir ao filme Estômago http://www.estomagoofilme.com.br/ de bucho cheio!

Cyntia Dutra

Este foi o primeiro post da nova colaboradora do Blog. Toda vez que cozinharmos, vamos também escrever juntos. Agora que vocês provaram... Aprovaram?

Frango "estressado" na mostarda

Eu podia engolir um tarja preta. Ou dois, ou uma caixa inteira.
Mas é melhor picar uma cebola pequena, amassar um dente de alho e dourar na manteiga.
Eu podia pegar o carro e acelerar pela BR até me esquecer de fazer uma curva.
Só que é mais seguro misturar um peito de frango cortado em cubos e fritar até que fique branco.
Eu podia comprar um uísque e tomar doses e mais doses de cowboy de manhã cedo.
Mas eu adiciono um copo de água, um caldo de galinha e deixo cozinhar.
Eu podia me render ao cansaço, mergulhar a cabeça no travesseiro e chorar, se as lágrimas já não tivessem secado.
No lugar disso, eu observo até a água diminuir sem secar completamente.
Eu podia desligar o telefone, fechar portas, janelas, os olhos e me desligar para sempre.
Mas é melhor acrescentar uma caixa de creme de leite, três colheres de mostarda e desligar o fogo.
Eu podia me servir com arroz colorido e salada de folhas. E é exatamente isso o que eu vou fazer.